domingo, 15 de abril de 2012

Prós e contras





Antes de qualquer coisa, é preciso definir aqui alguns malefícios comprovados do consumo da própria soja na sua forma natural. Esse alimento contém fatores antinutricionais que, no nosso organismo, se ligam a minerais impedindo sua absorção, além de um fator inibidor da tripsina, enzima responsável pela quebra protéica no processo de digestão. Este é o motivo pelo qual o consumo da soja em crianças foi tão criticado, em diversos artigos, por interferir no crescimento normal do indivíduo ao reduzir seu aproveitamento de nutrientes. Esse problema é facilmente encoberto pelo seu processamento. Isolando a proteína de soja, estaríamos eliminando quase a totalidade dos seus fatores antinutricionais, criando, então, uma proteína de perfil protéico excelente e sem maiores malefícios ao organismo, certo?

Na teoria, sim, apesar de alguns autores ainda acreditarem que processo de purificação supracitado, na prática, é duvidoso. No entanto, acredito que a proteína isolada de soja não apresenta qualquer tipo de malefício se usada em quantidade adequada. Ao contrário, ela é reduzida de gorduras e carboidratos e o que resta é uma proteína pura com alto teor de arginina, glutamina e BCAA’s, sendo que estes 5 aminoácidos compõem 36,2% do produto, o que a torna um perfeito anticatabólico e potencializador da secreção de GH e óxido nítrico. A OMS classificou essa proteína com PDCAAS (Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score ou Facilidade de Digestão de Proteína Corrigida de Aminoácidos) igual a 1.0 (o máximo), afirmando que seu aproveitamento se compara ao do ovo ou da caseína e supera o da carne vermelha, de apenas 0.92.

Ela não é apenas um complemento excelente na alimentação do esportista, mas ainda auxilia na regulação dos hormônios tireoidianos, tão importantes no bom funcionamento do nosso metabolismo, o que certamente facilita a perda de gordura e ganho de massa muscular.

Como os artigos recentes postularam para reverter a má fama da soja e da sua proteína isolada, esses alimentos possuem inúmeros benefícios, sim. É preciso deixar claro que não apenas a soja, mas muitos outros alimentos - especialmente grãos integrais e vegetais como o espinafre - possuem fatores antinutricionais e são constantemente recomendados por médicos e nutricionistas pelo seu alto valor nutricional. O problema não está no seu consumo, mas sim na febre do consumo dessa leguminosa, que, por ser divulgada como alimento do bem, passou gradativamente a substituir ingredientes em alimentos processados, substituir o próprio leite – inclusive na alimentação infantil – e ser adicionado ilimitadamente na alimentação diária de algumas pessoas, o que se traduz em um erro grave.

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